27 de março de 2013

#artigo DIA DO TEATRO



#artigo Segue o artigo que saiu no Jornal VS de hoje (27/03/2013) na coluna OPINIÃO (p.11)
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Dia do Teatro

 O terceiro mês do ano vai acabando e trazendo entre seus últimos dias o 27 de março, Dia Mundial do Teatro. Mas, afinal de contas, por que razões comemorar? Todo ano, frente à cena leopoldense, me faço esta pergunta. Não me refiro às evoluções do teatro pelo mundo: novas experiências cênicas existem aos montes e renovam o fazer da nossa arte. Contudo, nesta data, prefiro observar nosso pequeno universo. Quero participar da festa e não ser plateia da mesma, desejo que a minha cidade encontre seus motivos para festejar.

 Em 2012, o Fórum de Artes Cênicas organizou um grande evento, com a presença de estudantes de teatro e grupos diversos. E agora? Pois bem: em 2013, o que me leva a comemorar é pensar naqueles que virão. Ou, melhor, pensar nas pessoas que vêm formando os novos artistas. Percebo, assim, que o fluxo não para. Não posso iniciar esta reflexão sem mencionar uma das pioneiras, a Cláudia Severo. Esta atriz retorna a São Leopoldo carregando na bagagem os 26 anos do Corpos e Sombras. Traz consigo um pouco do circo e, portanto, também podemos comemorá-lo!

 Da Cláudia, passo para o Marcelo Schneider, que começou com ela e hoje é símbolo de resistência cultural. Como não pensar no Teatro Geração Bugiganga? O TGB celebra os 20 anos de existência, num processo continuado de formação de atores através de suas oficinas. Muita gente descobriu o teatro com ele, e muita gente ainda vai descobrir. Sem falar do Jarbas Griebler, que contribui há anos para a revelação de novos talentos. E de Vladimir do Carmo, que nos abandonou muito cedo, porém deixou sua marca, com a ideia do “ato de fazer teatro”.

 As novas gerações já formam outras novas gerações. Exemplo disso com aqueles que estiveram ao meu lado nos primeiros passos no final da década de 1990 e, atualmente, como eu, já são mestres de outros: Alexandre Lucas, Luciana Giacomelli, Totonho Lisboa e Samuel dos Santos. Me vêm à mente as oficinas do Teatro Barato, sob o comando de Tchakaruga de Paranaguá; as oficinas nas comunidades, ministradas por pessoas como a Anita Coronel; e alguns ex-colegas da universidade que hoje atuam nas nossas escolas: Diego Walter e Luciane Benitez.

 Nomes do passado, do presente e do futuro se misturam! Dos alunos, nem todos serão profissionais da arte dramática, mas todos poderão conhecê-la e, através dela, mudar um pouco (ou totalmente) a sua vida. Se para muitos é mais uma data no calendário, para nós, artistas dos palcos, ruas, salas de aula e quaisquer outros lugares possíveis, imagináveis e improváveis, é o nosso dia! Salve aqueles que virão depois de nós! Salve salve o teatro sempre! Evoé!

 Fernanda Vieira Fernandes Atriz, professora e doutoranda em Letras