Em sequencia, as já clássicas #conversasinfinitas , transcendem qualquer cronologia pautada “no tempo convencional”. Sim, é possível provocar pequenas reuniões, debater nas caminhadas em deslocamento por entre os espaços da USP, no degustar de um almoço reflexivo e nos retornos para “os grandes encontros” como, por exemplo, no Seminário da Música, que teve a presença de Gordo Miranda, Talles Lopes, Emicida, Fabrício Nobre entre outras tantas pessoas bacanas (sim, só hoje, o seminário da música contou com TRÊS GRANDES MESAS de muito peso).
A tarde de terça-feira (13/12) afirmou incisivamente a proposta de “não grade” do IV Congresso Fora do Eixo no que se refere à liberdade de opções de participação dos congressistas nas diversas mini conferências e seus provocadores que nelas estavam convidados.
O círculo a que irei me deter, foi composto por setenta e quatro conferencista orbitando, sendo que e o bate-papo foi norteado por duas grandes figuras: Fred Maia e Diana Glusberg.
Fred Maia iniciou uma narrativa perpassando sua trajetória de trabalhos, sempre interligados a “pauta da cultura”. Destaque para o que desenvolveu junto ao MinC em uma profunda interlocução entre o poder público e a sociedade civil. Período esse, que já apontava para uma proximidade e simpatia ao posicionamento d
o Fora do Eixo no que se refere à forma mais alargada de cultura, refletida na atuação das pontas (os coletivos de produção e a sistematização da rede).
Carregada de emoções e propriedade, Fred Maia
abriu um leque de considerações sobre a postura do MinC no ano de 2011. Avaliou como um processo descontinuado, as políticas públicas e garantias que até então “a cultura brasileira” já havia conquistado como DIREITO. As questões sobre as políticas culturais, então, se situaram como “as favoritas” da rodada. Muito de suas vivências configuraram um panorama sobre (quais) os papéis que cada um tem nas responsabilidades nas mais diversas instâncias, seja no debate, nas disputas políticas, no trabalho participativo da sociedade civil, no monitorando do poder público no que se refere a sua atuação em esferas municipais, estaduais e federais.
Destaques para sua afirmativa (digamos chancelada pelos congressistas) no que se refere à constituição de uma agenda para a rede EM redes.
Após o processo continuado de maturação coletiva que perpassou as políticas públicas, seguimos na linha de nosso direito e (logicamente) dever de seguir nessa construção nacional de patrimônios culturais que não deve jamais ser esquecida como tarefa central do poder público. Léo Br acrescenta algumas considerações de pautas que já deveriam ter sido votadas (encaminhadas) pelo MinC, como Ecad, Pec 150, cultura viva entre outras.
Para encerrar, elencou duas agendas importantíssimas para 2012, que são o Fórum Social Mundial (no Rio Grande do Sul) e Rio +20
Duas agendas de debates importantíssimas: Fórum Social Mundial e Rio mais 20.
Mudando as provocações, agora era a vez de Diana Glusberg da Argentina. Ela nos atualizou sobre o mapa cultural de seu país e fez algumas co-relações daquilo que teve oportunidade de conhecer no Brasil.
Diana explicou as parcerias que vem estabelecendo com o Fora do Eixo e o Niceto Club (Argentina) num movimento de intercâmbios e circulações. Sendo que esses caminhos de idas e vindas constituíram uma proximidade entre o Fora do Eixo e Diana Glusberg a ponto dela estar presencialmente em diversas agendas no Brasil sendo que percorrendo esses espaços, chegou a conhecer artistas do próprio país que já estavam em conexões conosco.
A partir desse momento, a mini conferência se redimensionou em profundas #conversasinfinitas , na qual os congressistas, participantes desse circulo (dentre outros populosos também instalados no espaço) construíram uma gigante “massa crítica” tendo como foco as políticas publicas para a cultura, mas percorrendo e exercitando a transversalidade.
Sinteticamente podemos elencar algumas propostas dialogadas pelo grupo, como por exemplo, a fala de Léo Br, defendendo “Conferências Livres”, iniciadas nas bases e se movimentando para pressionar construções de agendas (em diferentes instâncias) que consigam garantir o que já foi deliberado nas conferências, ou seja, visualizar claramente um planejamento daquilo que já foi garantido nos processos democráticos, ou seja, como concretizar aquilo que o “poder público” deveria ter colocado em prática. Esse processo qualificaria as pontas, as bases, o território.
Em linhas gerais, os conferencistas provocaram e foram provocados, refletiram e se envolveram significativamente nessa profunda mini conferência infinita.
Júnior Garcia (Feitoria)